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sábado, 21 de dezembro de 2013

O Que Podemos Conhecer de Deus? (Pat. 2)


Tem-se feito uma analogia com o selvagem que achou  um relógio e que. depois de um detido exame, inferiu a existência de um  relojoeiro.  Até aqui, tudo bem. Tentemos ir mais longe, porém. 

Suponhamos que o selvagem procure formar uma concepção pessoal desse relojoeiro, de seus afetos pessoais, de suas maneira, de sua   disposição,   conhecimentos  e  caráter   moral — de tudo aquilo que se junta para compor uma personalidade.  Poderia ele chegar a imaginar ou pensar num homem real ___ o homem que fabricou o relógio — de modo que pudesse dizer: "Eu o conheço ?" Fazer perguntas como esta parece fútil, mas estará o eterno e infinito Deus tanto mais ao alcance da razão humana? Realmente  não. 

O Deus das Escrituras só pode ser conhecido  por aqueles a quem  Ele próprio Se dá a conhecer. (Leia também "O que Podemos Conhecer de Deus part. 1)

Tampouco o intelecto pode conhecer a Deus. "Deus é espírito..." (João 4:24) e, portanto, só pode ser conhecido espiri­tualmente. 
Mas o homem decaído não é espiritual; é carnal, Está morto para tudo que é espiritual. A menos que nasça de novo, que seja trazido sobrenaturalmente da morte para a vida, miraculosamente transferido das trevas para a luz, não pode sequer ver as coisas de Deus (João 3:3), e muito menos entendê-las (1 Coríntios 2:14). E mister que o Espírito Santo brilhe em nossos cora­ções (não no intelecto) para dar-nos o "... conhecimento da gló­ria de Deus, na face de Jesus Cristo" (2 Coríntios 4:6). 
E até mesmo esse conhecimento espiritual é apenas fragmentário. A alma regenerada terá de crescer na graça e no conhecimento
do Senhor  Jesus para tal (2 Pedro 3:18).

A nossa principal oração e finalidade como cristãos deve ser que possamos "... andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus" (Colossenses 1:10).

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

As Profecias de Jesus O Messias.


   O Senhor Jesus não veio ao mundo por acaso. Houve um planejamento da parte de Deus antes da fundação do mundo, preparando o cenário da sua existência como homem. Do ventre da virgem à sua ascensão, os seus passos, palavras e atos foram preditos com antecedência de séculos. O plano de Deus na formação das Escrituras e na redenção do homem não poderia se completar sem a presença de seu Filho.
   Sabemos que o Novo Testamento não existiria se Jesus não tivesse vindo; ele é formado por sua vida, suas palavras e obras, tanto as que foram realizadas durante a sua vida terrena, como as realizadas pelos apóstolos e discípulos sob a autoridade de seu nome (At 3.16). Com efeito, os dois Testamentos se completam em Cristo. Sem a sua Pessoa jamais estariam completos.
   Portanto, em Cristo temos a confirmação de tudo quanto estava escrito a seu respeito e de Deus. Todos, agora, sem exceção, podem pregar a sua Palavra e afirmar que Deus é o Deus da verdade, pois todos os vaticínios que falaram de Cristo, nos mínimos detalhes, foram cumpridos fielmente!

   Profecias messiânicas. As principais profecias acerca de Cristo que tiveram o seu cumprimento nos tempos do Novo Testamento são:

1) Filiação divina (SI 2.7; At 13.33; Hb I. 5).
2) Concepção no ventre de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.22,23).
3) Nascimento natural (Gn 3.15; G1 4.4).
4) Descendência de Abraão (Gn 22.18; Mt I.I).
5) Procedência da tribo de Judá (Gn 49.10; Hb 7.14).
6) Descendência de Davi, segundo a carne (2 Sm 7.12; Mt I.I).
7) Nascimento em Belém (Mq 5.2; Mt 2.4-6).
8) Nome Jesus (Lc 1.31).
9) Nome Emanuel (Is 7.14; Mt 1.13).
10) Nome de cidadão, o Nazareno (Mt 2.23). Quando Pilatos escreveu a inscrição em hebraico, grego e latim, chamou a Jesus de “Jesus Nazareno” (Jo 19.19-20). Os profetas também falaram sobre esse nome, mas nada deixaram escrito. Quando os dois discípulos caminhavam para Emaús, se lembraram de que, durante a vida terrena de Cristo, em algum lugar, em certas ocasiões, Ele fora chamado de Nazareno (Lc 24. 19). 
11) Visita de embaixadores reais (SI 72.10; Is 60.6; Mt 2.1, 2).
12) Peregrinação no Egito (Os I I.I; Mt 2.15).
13) Fuga sucedida pela morte de inocentes (Jr 31.15; Mt 2.17,18).
14) O precursor (Is 40.3; Mt 3.3).
15) Residência nos confins de Zebulom e Naftali (Is 9.1a; Mt 4.I3-I5a).
16) Grande profeta (Dt 18.18; At 7.37).
17) Misericordioso (Os 6.6; Mt 9.13).
18) Sacerdote eterno (SI 110,4; Hb 5.10).
19) Rei ungido (SI 2.6; Jo 18.37).
20) Menor que os anjos (SI 8. 5; Hb 2.9).
21) Louvor profético (SI 22.22; Hb 2.12; Mt 26.30).
22) Primeiras palavras proféticas (SI 40.7,8a; Hb 10.5-7).
23) Unção para pregar (Is 6I.I; Lc 4.18,21).
24) Cheio do Espírito Santo (SI 45.7; Hb 1.9).
25) Ensino por meio de parábolas (SI 78.2; Mt 13.35).
26) Voz suave (Ct 5.16; Is 42.2; Mt 12.19).
27) Reputado como desconhecido (SI 69.8; Jo 7.5).
28) Ensino rejeitado por Israel (Is 6.9, 10; Mt 13.14,15).
29) Entrada triunfal em Jerusalém (Zc 9.9; Mt 21.4,5).
30) Aborrecimento sem causa (SI 35.19; Jo 15.25).
31) Alvo de conspiração (Sl 2.1,2a; At 4.25,26).
32) Purificação do Templo (Sl 69.9; Jo 2.17).
33) Sacrifício expiatório, levando sobre si as nossas enfermidades (Is 53.4; Mt 8.17).
34) Traição por um amigo (Sl 41.9; Jo 13.18).
35) Na traição, vendido por trmta moedas (Zc 11.12,13; Mt 26.15).
36) Perdição do traidor (Sl 109.7,8; Jo 17.12; At 1.20).
37) Prisão no Getsèmani (Zc 13.7; Mt 26.31).
38) Agressões físicas (Mq 5.1; Mt 27.30).
39) Cuspido (Is 50.6; Mc 15.19).
40) Pés e mãos traspassados (Sl 22.16; Jo 19.37).
41) Vestidos repartidos (Sl 22.18; Jo 19.24).
42) Contado com malfeitores (Is 53.12a; Mc 15.28).
43) Zombado na cruz (Sl 22.7,8; Mc 15.29).
44) Sedento na cruz (Sl 69.21; Mc 15.23; Jo 19.28,29).
45) Oração, na cruz. pelos mimigos (Is 53.12b; Lc 23.34a).
46) Lado perfurado (Zc I2.I0a; Jo 19.34,36,37).
47) Ossos intactos, não quebrados (Sl 22.17; Jo 19.36).
48) Corpo reclamado por homem rico (Is 53.9a; Mt 27.57,58a).
49) Alma não ficaria no Hades (Sl 16.10a; At 2.3Ia).
50) Corpo não seria destruído (Sl 16. 10b; At 2. 31 b).
51) Ressurreição (Jó 19.25; Is 55.3; Lc 24.46; At 13.34).
52) Ascensão ao Céu (Sl 68.18; Ef 4.8).
53) Recebido no Céu pelo Pai (Sl 24.7; At I.I I).
54) Assento no trono junto ao Pai (Sl 110.1a; Hb I.3b).
55) Coroado (Sl 8.5b; Hb 2. 9).ג

Evidentemente, existem muitas outras profecias na Bíblia que falam de Cristo em todos os seus aspectos; é impossível narrar todos os seus cumprimentos aqui: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem...” (Jo 21.25).

Fonte: Livro "Teologia Sistemática Pentecostal" Pag. 140

sábado, 14 de dezembro de 2013

O Que Podemos Saber de Deus?


O que podemos conhecer de Deus é aquilo que ele de si revelou, através das obras da natureza, no desenrolar da história, mas principalmente  o que diz a Sua Palavra e claro na manifestação de seu filho Jesus Cristo, como está escrito:

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”. Rm 1:19 

As primeiras são uma revelação não verbal, sem palavras e sem qualquer conotação redentora, mas são capazes de fazer qualquer homem saber da Sua existência.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”. Rm 1:20 

A última sim é verbal e possui uma conotação redentora. “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” Jo 5:39 .  Esta é a Teologia propriamente dita, o exame das escrituras para se entender de Deus aquilo o que Ele revelou de si mesmo nela e de como ele si revelou.


A Teologia Cristã não é um amontoado de pensamento dos homens sobre Deus e nem mesmo o que um espírito ou anjo se manifestou particularmente a alguém lhe dizendo, mas aquilo que Ele disse de Si mesmo através das Santas Escrituras.


Obs. Podemos conceituar Deus? Podemos explicar o que Deus é em perfeição? Não podemos!
Não podemos dissecar Deus como se faz a um cadáver e explicar todos os pormenores de Sua Pessoa. O finito não pode compreender o Infinito. Como está escrito:

Rm. 11.33-36 “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.

No entanto aos seus escolhidos, aos seus santos filhos a quem Ele mesmo resgatou, O Senhor deu-lhes a capacidade de conhece-Lo.

Rm 9:23 “Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou”.

Ef 3:18 “Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade.”

Leia também (1Co. 2.11-16).

Por que Deus si manifesta a eles

Jo 14:21 Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele".



Leia Também (2Co. 3.18; 4.6; Tt. 2.11; 1Jo. 1-3; Ap. 3.20)

Conclusão:

A força da teologia não está no pensamento dos homens, mas no resultado de análise cada vez mais apurada daquilo que Deus revelou de Si mesmo através das Santas Escrituras na pessoa de Jesus Cristo 

Jo 14:8-9 “Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”

Jo 12:45 E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.”

Se Uma Pessoa não conhece a Deus, quem Ele é, a sua vontade e o que Ele faz, isso é por que essa pessoa não conhece a Jesus Cristo, "A imagem do Deus invisível"

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Credo de Calcedônia

Credo de Calcedônia (451 dc): Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade antes de todos os séculos pelo Pai, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus*; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o credo dos santos pais nos transmitiu.

* Nota: Ao dizer “nascido da Virgem Maria, mãe de Deus”, o credo de Calcedônia não coloca Maria em pé de igualdade ou acima de Jesus Cristo. O objetivo desta afirmação é evitar ou desfazer qualquer confusão sobre a divindade-humanidade de Jesus Cristo, o qual mesmo nascido de mulher, sendo homem, não deixou de ser Deus.

Credo Apostólico

Credo Apostólico (Séculos III e IV)


Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na santa igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.

Fonte: Internauta Cristão

Credo de Atanásio

Credo de Atanásio (Séculos IV e V): Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé universal. Quem quer que não a conservar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente.

E a fé universal consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância.

Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo;

Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade. 

Qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo. 

Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo. 

Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo. 

Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo; 

Contudo, não são três eternos, mas um único eterno; 

Como não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um só imenso. 

Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente; 

Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. 

Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; 

E todavia, não há três Deuses, porém um único Deus. 

Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; 

Entretanto, não são três Senhores, porém um só Senhor.

Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também estamos proibidos pela religião universal de dizer que são três Deuses ou três Senhores.

O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado.

O Filho é só do Pai; não feito, nem criado, mas gerado.

O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.

Há, portanto, um único Pai, não três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos.

E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor; porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.

Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.

Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.

A fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.

É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem, nascido, no mundo, da substância da mãe.

Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana.

Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade.

Ainda que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo.

Um só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus.

De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa.

Pois, assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e homem é um só Cristo;

O qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

À sua chegada todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e vão prestar contas de seus próprios atos;

E aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado o mal irão para o fogo eterno.

Esta é a fé universal. Quem não a crer com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se.

Credo de Nicéia



Credo de Nicéia (325 d.C. – revisado em Constantinopla em 381 d.C.)

Cremos em um só Deus, Pai, Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e

E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, e padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. E na igreja una, santa, universal e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.
invisíveis.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Se Deus é Espírito Como Ele é Pessoal?


Não é possível conciliar panteísmo com Cristianismo. O Deus revelado na Bíblia é pessoal, transcendente e imanente.

O que é imanência? É o relacionamento do Criador com o mundo criado, principalmente com o ser humano e a sua história. (Jó 34.14,15; Sl. 104.27-29).
O que é transcendência? É o que denota Deus como sendo um ser não pertencente a esta criação, que transcende a toda a matéria e tudo que é criado. Ele é independente e está, nesse sentido, separado da criação, haja vista existir antes da fundação do mundo. ( Is. 55.9; Jo. 17.5, 24)

Muitos tratados da teologia sistemática apresentam a personalidade, ou a pessoalidade  de Deus entre os seus atributos. Na verdade ela é a essência do Ser Divino. 


O interessante é que os argumentos cosmológicos, teológicos, ontológicos e antropológicos, encontrados nas escrituras que são usados a favor da existência de Deus, valem também para comprovar a sua personalidade.
Em linguagem antropomórfica menciona-se, em diversas passagens das Escrituras, os membros do corpo humano como elementos da composição divina como: face, dedos, braços, pés, olhos, ouvidos etc. ( Ex. 3.18; 33.11,20; DT. 33.27; 2Sm. 22.16; 2Cr. 16.9; Is. 58.14; 59.1).


Essa figura de linguagem da Bíblia, ainda que, em si não seja conclusiva, em razão de ser ela antropomórfica, e não zoomórfica (forma animal) e nem cosmórfica (forma de corpo celeste), mas serve para mostra certa semelhança com o homem. A personalidade humana, portanto, serve como evidencia da personalidade Divina, visto que o homem é imagem e semelhança de Deus (Gn. 1.26,27).


Os termos “imagem” e “semelhança” mencionados no texto acima implicam uma correspondência entre as naturezas Divinas e humanas. Conquanto que tais semelhanças sejam infinitamente perfeitas em Deus, há similaridade nessas faculdades com o homem e está presentes em toda Bíblia.

Obs. Os elementos que se combinam para formar a personalidade são: intelecto, sensibilidade e vontade, mas todos esses poderes agem, afim de exigir uma liberdade de ação tanto externa quanto das escolhas  e dos fins para os quais as ações forem direcionadas.


O intelecto deve dirigir, a sensibilidade ou sentimento deve desejar, e a volição deve determinar a direção dos fins racionais. Não pode haver personalidade, seja humana, angelical ou Divina á parte desses complexos essenciais.

O filósofo e teólogo inglês Haistings Rashall, em sua analise sobre a personalidade, assinalou cinco elementos: consciência, permanências, identidade autodistintiva, individualidade e atividade.


Nas escrituras, encontramos um Deus que age, galardoa e castiga; sente, ama e odeia; pensa e raciocina;  adverte, julga se comunica com as suas criaturas, principalmente as inteligentes. (Jo. 5.17; Jr. 29.11; Is. 1.8; Ml. 1.2,3).
Deus se revelou base mesmo nas escrituras como um ser pessoal. Ele é autoconsciente e autodeterminante. O termo "autoconsciente" é mais que consciência de si mesmo: Não significa consciência de si no sentido de cognição (intuição, percepção etc.) que o homem tenha de seus atos ou de suas manifestações, percepções, ideias e etc., tampouco significa retorno á realidade "interior", de natureza privilegiada; é a consciência que tem de si um princípio "infinito", condição de toda realidade.
Já o vocábulo "autodeterminação" significa a
liberdade absoluta, incondicional e, portanto, sem condições nem graus; é livre, aquilo que é causa censo de si mesmo. É a ação a partir do interior; é o mesmo que agir por si mesmo, sem a influência de qualquer intervenção externa. (Ex. 3.14; Jó. 23.13; Is. 46.10; EF. 1.9).

Conclusão:

Não tenha dúvida o Deus que você serve é um ser divino e pessoal e a maior prova disso e o próprio homem que foi criado por Deus


sábado, 7 de dezembro de 2013

Ao Rev Augustus Nicodemos

Deixa eu fazer um elogio, espero que o senhor leia.

Acho de grande importância o que o senhor faz aqui no face ou em outra rede social, para que pessoas como o senhor estejam mais próximas do público em geral daqueles que são mais simples, como Jesus fazia quando aqui esteve entre os homens. Estive lendo as perguntas que lhe são feitas e de como o senhor com paciência e sobriedade faz de tudo para responder a todos, mesmo aqueles que não são membros de sua igreja, e aqueles que, pelo tempo, já deveriam ser conhecedores de muitos assuntos tais como estes e muitos outros. O local é de uma riqueza extraordinária! Deus seja louvado por isso!

Quando um homem de Deus chega ao patamar em que o senhor chegou, acaba sendo rodeado de pessoas que querem ouvir falar do Evangelho, puro e simples; até as pessoas que vão onde o senhor vai ministrar, vão sabendo quem está lá, mas as coisas aqui embaixo, no meio do povão, é mais difícil (ainda que o senhor não é uma pessoa distante e alheia a isso).

Falar do Evangelho de Cristo e deste crucificado, da centralidade das Escrituras nEle, que com seus atos convergiu em si todas as coisas tanto as que estão no céu como na terra, onde todas as famílias no céu e na terra toma nome, fala que todas as passagens bíblicas tem como tema central Cristo e que por isso temos que traçar uma reta desta passagem até a cruz. Que o Evangelho é Jesus Cristo, tudo que Ele é, fez e veio fazer, que o Evangelho é Cristo em nós, esperança da Glória manifestada neste tempo presente em uma vida de testemunho enquanto formos peregrino e forasteiro nesta terra. É muito difícil e solitário.
Infelizmente o povo de Deus está contaminado, mas muito contaminado mesmo com o 'evangelho' pregado e demonstrado pelos pregadores da mídia e se alguém busca pregar o Evangelho de, e em Jesus Cristo e critica o que se tem apresentado hoje em dia na mídia é muito mal visto, aquele professor ou pregador que não é renomado como o senhor é passado por recalcado, despeitado, radical, maluco, etc. A solidão interna é horrível, ainda que rodeada de muitas pessoas.

O que mais espero é que Jesus volte para nos buscar, mas se isso não acontecer em breve espero conhecê-lo pessoalmente e desejo que outros pastores ou reverendos que o senhor conheça, faça o mesmo que o senhor fez para a glória de Deus e para que o povo dEle tenha oportunidade de ouvir e ler pessoas assim como o senhor.

Saiba de uma coisa: o povo de Deus, que está contaminado com o evangelho da mídia televisiva e radiofônica, está tão faminta da palavra de Deus quanto o mundo, mas infelizmente se acostumaram a comer esta comida podre. Deus tenha misericórdia de nós! Mas o alimento saudável é regenerador, por isso também que os verdadeiros cristão, aqueles a quem o Senhor nosso Deus escolheu, uma vez experimentando o verdadeiro alimento é curado desse evangelicalismo perverso e nunca mais quer saber de outra coisa. Assim eu creio. 

Desculpe o incomodo, sou muito grato pelo que o senhor tem feito. Jesus é Bom! 

Dc. Luiz Carlos (Ig. AD Ministerio Celeiro de Bencaos)
Blog. www.centralizadosemcristo.blogspot.com.br

Quando um homem de Deus chega ao patamar em que o senhor chegou, acaba sendo rodeado de pessoas que querem ouvir falar do Evangelho, puro e simples; até as pessoas que vão onde o senhor vai ministrar, vão sabendo quem está lá, mas as coisas aqui embaixo, no meio do povão, é mais difícil (ainda que o senhor não é uma pessoa distante e alheia a isso).
Falar do Evangelho de Cristo e deste crucificado, da centralidade das Escrituras nEle, que com seus atos convergiu em si todas as coisas tanto as que estão no céu como na terra, onde todas as famílias no céu e na terra toma nome, fala que todas as passagens bíblicas tem como tema central Cristo e que por isso temos que traçar uma reta desta passagem até a cruz. Que o Evangelho é Jesus Cristo, tudo que Ele é, fez e veio fazer, que o Evangelho é Cristo em nós, esperança da Glória manifestada neste tempo presente em uma vida de testemunho enquanto formos peregrino e forasteiro nesta terra. É muito difícil e solitário.Infelizmente o povo de Deus está contaminado, mas muito contaminado mesmo com o 'evangelho' pregado e demonstrado pelos pregadores da mídia e se alguém busca pregar o Evangelho de, e em Jesus Cristo e critica o que se tem apresentado hoje em dia na mídia é muito mal visto, aquele professor ou pregador que não é renomado como o senhor é passado por recalcado, despeitado, radical, maluco, etc. A solidão interna é horrível, ainda que rodeada de muitas pessoas.
O que mais espero é que Jesus volte para nos buscar, mas se isso não acontecer em breve espero conhecê-lo pessoalmente e desejo que outros pastores ou reverendos que o senhor conheça, faça o mesmo que o senhor fez para a glória de Deus e para que o povo dEle tenha oportunidade de ouvir e ler pessoas assim como o senhor.
Saiba de uma coisa: o povo de Deus, que está contaminado com o evangelho da mídia televisiva e radiofônica, está tão faminta da palavra de Deus quanto o mundo, mas infelizmente se acostumaram a comer esta comida podre. Deus tenha misericórdia de nós! Mas o alimento saudável é regenerador, por isso também que os verdadeiros cristão, aqueles a quem o Senhor nosso Deus escolheu, uma vez experimentando o verdadeiro alimento é curado desse evangelicalismo perverso e nunca mais quer saber de outra coisa. Assim eu creio. 
Desculpe o incomodo, sou muito grato pelo que o senhor tem feito. Jesus é Bom! 
Dc. Luiz Carlos (Ig. AD Ministerio Celeiro de Bencaos)Blog. www.centralizadosemcristo.blogspot.com.br

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Há pecado para morte?



"Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue (5.16c)".






A morte a que João se refere é a morte espiritual eterna, a condenação final e irrevogável determinada por Deus, tendo como castigo o sofrimento eterno no inferno. Todos os demais pecados podem ser perdoados, mas o “pecado para morte” acarreta de forma inexorável a condenação eterna de quem o comete, a ponto do apóstolo dizer: "e por esse não digo que rogue".

O que, então, é o pecado para a morte? O apóstolo João não declara explicitamente a que tipo de pecado se refere. Através dos séculos, estudiosos cristãos têm procurado responder a esta pergunta. Alguns têm entendido que João se refere à morte física, e têm sugerido que se trata de pecados que eram punidos com a pena de morte conforme está no Antigo Testamento (Lv 20.1-27; Nm 18.22). Não adiantaria orar pelos que cometeram pecados punidos com a morte, pois seriam executados de qualquer forma pela autoridade civil. Ou então, trata-se de pecados que o próprio Deus puniria com a morte aqui neste mundo, como ele fez com os filhos de Eli (2Sm 2.25), com Ananias e Safira (At 5.1-11) e com alguns membros da igreja de Corinto que profanavam a Ceia (1Co 11.30; cf. Rm 1.32).

A Igreja Católica fez uma classificação de pecados veniais e pecados mortais, incluindo nos últimos os famosos sete pecados capitais, como assassinato, adultério, glutonaria, mentira, blasfêmia, idolatria, entre outros. Este tipo de classificação é totalmente arbitrário e não tem apoio nas Escrituras.

A interpretação que nos parece mais correta é que João está se referindo à apostasia, que no contexto de seus leitores, significaria abandonar a doutrina acerca de Cristo que eles tinham ouvido e recebido dos apóstolos, e seguir o ensinamento dos falsos mestres que estavam se infiltrando naquela igreja. Estes mestres negavam a encarnação e a divindade do Senhor Jesus. “Pode-se inferir do contexto que este pecado não é uma queda parcial ou a transgressão de um determinado mandamento, mas apostasia, pela qual as pessoas se alienam completamente de Deus” (Calvino).

Trata-se, portanto, de um pecado doutrinário, cometido de forma voluntária e consciente, similar ao pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, cometido pelos fariseus, e que o Senhor Jesus declarou que não haveria de ter perdão nem aqui nem no mundo vindouro (cf. Mt 12.32; Mc 3.29; Lc 12.10). Em ambos os casos, há uma rejeição consciente e voluntária da verdade que foi claramente exposta. No caso dos fariseus, a blasfêmia foi chamar deliberadamente Jesus de endemoninhado quando estava claro que Ele agia pelo poder do Espírito.

No caso dos leitores de João, a apostasia seria mais profunda, pois os que pecaram para a morte tinham participado das igrejas cristãs, como se fossem cristãos, participado das ordenanças do batismo e da Ceia, participado dos meios de graça. À semelhança dos falsos mestres que também, antes, tinham sido membros das igrejas, apostatar seria sair delas (1Jo 2.19), se juntar aos pregadores heréticos e abraçar a doutrina deles, que consistia numa negação de Cristo.

Tal pecado era “para a morte” porque consistia na rejeição final e decidida daquele único que pode salvar, Jesus Cristo. “Este pecado leva quem o comete inexoravelmente a um estado de incorrigível embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a própria consciência” (John Stott).

É provavelmente sobre pessoas que apostataram desta forma que o autor de Hebreus escreveu, dizendo que “é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Ele descreve essa situação como sendo um viver deliberado no pecado após o recebimento do pleno conhecimento da verdade. Neste caso, “já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários” (Hb 10.26-27). Este pecado é descrito como calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar o Espírito da graça (Hb 10.29), uma linguagem que claramente aponta para a blasfêmia contra o Espírito e a negação de Jesus como Senhor e Cristo (ver também 2Pd 2.20-22, onde o apóstolo Pedro se refere aos falsos mestres).

Não é sem razão que o apóstolo João desaconselha pedirmos por quem pecou dessa forma.

Alguém pode perguntar se Deus fecharia a porta do perdão se pessoas que pecaram para a morte se arrependessem. Tais pessoas, porém, não poderão se arrepender pois simplesmente não desejam mais se arrepender. “Tais pessoas foram entregues a um estado mental reprovável, estão destituída do Espírito Santo, e não podem fazer outra coisa senão, com suas mentes obstinadas, se tornarem piores e piores, acrescentando mais pecado ao seu pecado” (Calvino).

Notemos que nestes versículos João não chama de “irmão” aquele que peca para a morte. Apenas declara que há pecado para a morte e que não recomenda orar pelos que o cometem. É evidente que os nascidos de Deus jamais poderão cometer este pecado.

Rev. Augustus Nicodemus

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

John Stott - O Verdadeiro Significado da Cruz


Se quisermos desenvolver uma doutrina da propiciação verdadeiramente

bíblica, necessitaremos distingui-la das idéias pagãs em três pontos cruciais, relacionados ao motivo da necessidade da propiciação, quem a fez e o que ela é.

Primeiro, o motivo pelo qual a propiciação é necessária é que o pecado suscita a ira de Deus. Isso não quer dizer (como temem os animistas) que ele é capaz de explodir a mais trivial provocação, muito menos que ele perde as estribeiras por nenhum motivo aparente. Pois nada há de caprichoso ou arbitrário no santo Deus. Nem jamais ele é irascível, malicioso, rancoroso ou vingativo. A ira dele não é misteriosa nem irracional. Jamais é imprevisível, mas sempre previsível por ser provocada pelo mal e pelo mal somente. A ira de Deus, como examinamos com mais detalhes no capítulo 4, é o seu antagonismo firme, constante, contínuo e descomprometido para com o pecado em todas as suas formas e manifestações. Em resumo, a ira de Deus está mundos à parte da nossa. O que provoca a nossa ira (a vaidade ferida) jamais provoca a dele; o que provoca a ira dele (o mal) raramente provoca a nossa.

Segundo, quem faz a propiciação? Num contexto pagão são sempre seres humanos que procuram desviar a ira divina mediante a realização meticulosa de rituais, ou através da recitação de fórmulas mágicas, ou por meio de oferecimento de sacrifícios (vegetais, animais e até mesmo humanos). Pensam que tais práticas aplaquem a divindade ofendida. Mas o evangelho começa com a afirmação ousada de que nada do que possamos fazer, dizer, oferecer ou até mesmo dar pode compensar os nossos pecados nem afastar a ira divina. Não há possibilidade alguma de bajularmos, subornarmos ou persuadirmos Deus a nos perdoar, pois nada merecemos das suas mãos a não ser o julgamento. Nem, como já vimos, tem Cristo, por meio do seu sacrifício, prevalecido sobre Deus a fim de que ele nos perdoe. Não, foi o próprio Deus que, em sua misericórdia e graça, tomou a iniciativa.

Esse fato já estava claro no Antigo Testamento, pois nele os sacrifícios eram reconhecidos não como obras humanas, mas como dádivas divinas. Eles não tornavam a Deus gracioso; eram providos por um gracioso Deus a fim de que pudesse agir graciosament-e para com o seu povo pecaminoso. “Eu vo-lo tenho dado sobre o altar”, disse Deus a respeito do sangue do sacrifício, “para fazer expiação pelas vossas almas” (Levítico 17:11). E o Novo Testamento reconhece essa verdade com mais clareza, e não menos os textos principais acerca da propiciação. O próprio Deus “apresentou” ou “propôs” a Jesus Cristo como sacrifício propiciatório (Romanos 3:25). Não é que tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (1 João 4:10).

Não podemos enfatizar demais que o amor de Deus é a fonte, e não a conseqüência da expiação. Como o expressou P. T. Forsyth: “A expiação não assegurou a graça, mas fluiu dela”. Deus não nos ama porque Cristo morreu por nós; Cristo morreu por nós porque Deus nos amou. É a ira de Deus que necessitava ser propiciada, é o amor de Deus que fez a propiciação. Se pudermos dizer que a propiciação “mudou a Deus” ou que por meio dela ele mudou a si mesmo, esclareçamos que a sua mudança não foi da ira para o amor, da inimizade para a graça, visto que o seu caráter é imutável. O que a propiciação mudou foi os seus tratos para conosco. “A distinção que eu peço que vocês observem”, escreveu P. T. Forsyth é “entre uma mudança de sentimento e uma mudança de tratamento… o sentimento de Deus para conosco jamais necessitou mudar. Mas o tratamento de Deus com referência a nós, o relacionamento prático de Deus para conosco — esse teve de mudar”. Ele nos perdoou e nos recebeu no lar.

Terceiro, qual foi o sacrifício propiciatório? Não foi animal, vegetal nem mineral. Não foi uma coisa, mas uma pessoa. E a pessoa que Deus ofereceu não foi alguém mais, uma pessoa humana ou um anjo, nem mesmo o seu Filho considerado como alguém distinto dele ou exterior a si mesmo. Não, ele ofereceu-se a si mesmo. Ao dar o seu Filho, ele estava dando a si mesmo. Como escreveu repetidamente Karl Barth: “Foi o Filho de Deus, isto é, o próprio Deus”. Por exemplo, “o fato de que foi o Filho de Deus, de que foi o próprio Deus, quem tomou o nosso lugar no Gólgota e, através desse ato, nos libertou da ira e do juízo divino, revela primeiro a implicação total da ira de Deus e a sua justiça condenadora e punitiva”. Repetimos, “porque foi o Filho de Deus, isto é, o próprio Deus, que tomou o nosso lugar na Sexta-Feira da Paixão, para que a substituição fosse eficaz e pudesse assegurar-nos a reconciliação com o Deus justo. Somente Deus, nosso Senhor e Criador, poderia colocar-se como nossa segurança, poderia tomar o nosso lugar, poderia sofrer a morte eterna em nosso lugar como conseqüência de nossos pecados de tal modo que ela fosse finalmente sofrida e vencida.” E tudo isso, esclarece Barth, foi expressão não somente da santidade da justiça divina, mas também das “perfeições do amor divino”; deveras, do “santo amor divino”.

Portanto, o próprio Deus está no coração de nossa resposta às três perguntas acerca da propiciação divina. É o próprio Deus que, em ira santa, necessita ser propiciado, o próprio Deus que, em santo amor, resolveu fazer a propiciação, e o próprio Deus que, na pessoa do seu Filho, morreu pela propiciação dos nossos pecados. Assim, Deus tomou a sua própria iniciativa amorosa de apaziguar sua própria ira justa levando-a em seu próprio ser no seu próprio Filho ao tomar o nosso lugar e morrer por nós. Não há nenhuma grosseria aqui que evoque o nosso ridículo, apenas a profundeza do santo amor que evoca a nossa adoração.

Ao procurar, assim, defender e reinstituir a doutrina bíblica da propiciação, não temos intenção alguma de negar a doutrina bíblica da expiação. Embora devamos resistir a toda tentativa de substituir a propiciação pela expiação, damos boas-vindas a todas as tentativas que procuram vê-las unidas na salvação. Assim F. Büchsel escreveu que “hilasmos. . . é a ação na qual Deus é propiciado e o pecado expiado”.21 O Dr. David Wells elaborou sucintamente sobre essa idéia:
No pensamento paulino o homem é alienado de Deus pelo pecado e Deus é alienado do homem pela ira. É na morte substitutiva de Cristo que o pecado é vencido e a ira desviada, de modo que Deus possa olhar para o homem sem desprazer, e o homem olhar para Deus sem temor. O pecado é expiado, e Deus propiciado.

Por John Sttot
Extraído do livro: Cruz de Cristo pág: 154 – 156
Disponibilizado por: amecristo.com
Fonte: [ Voltemos ao Evangelho ]