Os adeptos da confissão positiva, da teologia da
prosperidade usam como argumento para as suas discrepâncias teológicas suas
campanhas para arrecadarem dinheiro e fazerem promessas para os simples, a
passagem dita por Jesus em Mateus 16:19 e/ou Mateus 18:18 para afirmar que as
próprias pessoas reunidas em concordância se desejarem algo e pedirem isso a
Deus, determinarem acontecerá, ou seja, ligam e desligam nos céus as ações aqui
na Terra, quando e como bem quiserem.
Estas passagens são muito utilizadas pelos adeptos
da confissão positiva, da teologia da prosperidade, do movimento neo-pentecostal, dos pregadores televisivos, das muitas comunidades evangélicas que são abertas constantemente em nosso país, dos quais reivindicam de Deus exigindo as bênçãos que
eles verbalizam como "ligadas nos céus". Esta refutação também serve
para este caso. Vejamos as passagens bíblicas:
“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que
ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá
sido desligado nos céus.” (Mt 16:19, ARA)
“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado
nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus”
(Mt 18:18, ARA)
Analisando com atenção, notamos que na verdade não
é nós que ligamos algo na terra para então depois ser ligado nos céus. O que
acontece é exatamente o contrário! Exegeticamente, os termos “terá sido
ligado” e “terá sido desligado” (grego = éstai
dedeménon e éstai lelyménon) está no tempo
futuro perfeito passivo perifrásico, o que indica uma ação ocorrida
anteriormente, com reflexos no presente. Ou seja, implica que primeiro foi
ligado no céu, para só depois ser ligado na terra, a ação de Deus precede a do
homem e não o contrário!
Simplificando a coisa funciona assim: Tudo aquilo
que for ligado na Terra que já tiver sido pré-estabelecido no céu desde a
Eternidade, como a salvação, será ligado no céu, ou seja, se um grupo de irmãos se reunir em oração, (por que se a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos [Tg. 4.16b], imaginem mais de uma pessoas em oração) pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade ele nos ouve (1jo. 5.14).
Pense só em uma coisa: Uma
igreja se reúne e concorda na terra em pedir algo, que não esta na vontade de Deus.
Mas como os crentes se reuniram em concordância Deus irá fazer? Claro que não!
Este é o grande problema que vemos neste conceito, pois
além de distorcer o verdadeiro significado do texto, torna-se uma afronta a
soberania de Deus, colocando-o em condição de mero observador, totalmente
passivo às atitudes humanas. Contrário a isto as vezes que a Igreja aparece
reunida em oração, é para algo que são de cima e não para aquilo que são dessa
terra.
O que Cristo “ligou” e sancionou nos céus foi à
autoridade dada aos discípulos, pra que eles pudessem, em Seu nome, abrir o
reino dos céus para os crentes e fechar para os descrentes através do
evangelho.
O desenvolvimento desta verdade está claramente
demonstrada em Atos 2:14-40, quando Pedro abriu a “porta do reino” através do
evangelho para os judeus diretamente e pata todos que estavam ali, pregando e
anunciando a vontade de Deus com a autoridade que o Mestre tinha outorgado. E
Depois para os gentios quando esteve na casa de Cornélio (At. 10.1-48).
Pedro e os apóstolos foram os agentes humanos
através de quem a entrada no reino de Deus seria negada ou permitida
Conclusão:
Que os cristãos se reúnam em nome do Senhor Jesus
Cristo, tentando ligar aqui na terra, o que é da vontade de Deus, que é que o
Seu nome seja santo, como Jesus disse: “... santificado seja o seu nome...”, e
não para pedirem coisas
Irmãos vejam nas escrituras quais sãos as boas e perfeitas
vontade de Deus, e se reúnem em oração para isso, a vontade de Deus é que nenhuma
alma se perca, que todos que vem até Cristo sejam lançados fora, a nossa
santificação e purificação, o nosso aperfeiçoamento. Que a sua obra seja
realizada com zelo, a comunhão de todos os santos etc. é para isso que deveríamos
nos reunir em concordância aqui na Terra.
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