Introdução:
O Novo Testamento cumprindo-se a promessa de que Deus derramaria do seu Espírito sobre toda a
carne, que poria seu Espírito no coração de seu povo, e assim escrevendo
suas leis em seu interior. Isso seria feito nos dias do Messias, o qual
seria ungido com o Espírito Santo. Por conseguinte, verificamos no Novo
Testamento que o Espírito Santo é descrito como: operando sobre, dentro, e
por meio de Jesus Cristo. Os títulos, "Espírito de Cristo" e
"Espírito de Jesus Cristo", indicam uma relação entre Cristo e o
Espírito Santo na qual não participaram os seus discípulos. Por exemplo,
não nos atreveríamos a falar do "Espírito de Paulo". Desde o
princípio até ao fim de sua vida terrena, o Senhor Jesus esteve
intimamente ligado ao Espírito Santo e ao Pai, por que os Três são um, agem e concordam Num (1Jo. 5.3-5). Tão íntima foi esta relação que
Paulo descreve a Cristo como "um Espírito vivificante". O significado
não é que Jesus é o Espírito, e, sim, que ele dá o Espírito, e através do
mesmo Espírito exerce onipresença. O Espírito é mencionado em conexão com
as seguintes crises e aspectos do ministério de Cristo:
1. Nascimento.
O Espírito Santo é descrito como o agente na milagrosa
concepção de Jesus (Mat. 1.20; Luc. 1:35). Jesus esteve relacionado com
o Espírito de Deus desde o primeiro momento da sua existência humana. O
Espírito Santo desceu sobre Maria, o Poder do Altíssimo cobriu-a com sua
sombra, e àquele que dela nasceu foi dado o direito de ser chamado santo, Filho
de Deus.
Deus, operando pelo Espírito Santo, é o Pai da
natureza humana de Jesus, no sentido de que sua origem proveniente da
substância da Virgem mãe foi um ato divino. Em maria foi gerada por Deus pela Operação do Espírito Santo a natureza humana de Cristo, e a união dessa natureza humana com a Divina, do natural com o Logos, do terreno com o celeste. Jesus sempre existiu como Filho de Deus e em Deus, mas foi gerado por Deus no ventre de maria pela operação do Espírito Santo. Maravilha de Deus!!!
O efeito dessa intervenção
divina revela-se no estado imaculado de Cristo, sua perfeita consagração,
e seu senso permanente da Paternidade de Deus. Enfim, o poder do pecado
foi destruído, e Um nascido de mulher, ao mesmo tempo que era homem e
santo, era também o Filho de Deus. e Divino, O segundo Homem é do céu (1 Cor. 15:47).
Sua
vida era de cima (João 8:23); sua passagem pelo mundo representa a vitória
sobre o pecado, e os resultados de sua vida foram a vivificação da raça (1
Cor. 15:45). Aquele que nenhum pecado cometera e que salva o seu povo dos
seus pecados, necessariamente teria que ser gerado pelo Espírito Santo.
2. Batismo.
Com o passar dos anos, começou uma nova relação com o
Espírito. Aquele que havia sido concebido pelo Espírito e que era
cônscio da morada do Espírito divino em sua pessoa, foi ungido com
o Espírito. Aquele que é completo e que o Espírito é dado sem medida, foi mais tarde revestido pelo Espírito
Alguns acreditam que assim como o Espírito desceu sobre Maria na
concepção, assim também no batismo o Espírito desceu sobre o
Filho, ungindo-o como Profeta, Sacerdote e Rei. A primeira
operação gerou e santificou sua humanidade; a segunda consagrou sua vida oficial e ministerial.
Assim como sua concepção foi o princípio da sua existência humana, assim
também seu batismo foi o princípio de seu ministério ativo.
3. Ministério.
Logo foi levado pelo Espírito ao deserto (Mar. 1:12) para ser
tentado por Satanás. Ali ele venceu as sugestões do príncipe deste mundo, as
quais o teriam tentado a fazer sua obra duma maneira egoísta, vangloriosa e num
espírito mundano, e a usar seu poder conforme o curso de ação da ordem
natural. Ele exerceu seu ministério com o conhecimento íntimo de que
o poder divino habitava nele. Sabia que o Espírito do Senhor
Deus estava sobre ele para cumprir o ministério predito acerca do Messias
(Luc. 4:18); e pelo dedo de Deus expulsou demônios. (Luc. 11:20; vide Atos
10:38.) Ele testificou do fato que o Pai, que estava nele, era quem
operava as obras milagrosas.
4. Crucificação.
O mesmo Espírito que o conduziu ao deserto e o sustentou ali,
também lhe deu força para consumar seu ministério sobre a cruz,
onde, "pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a
Deus" (Heb. 9:14). Ele foi à cruz com a unção ainda sobre ele. O Espírito
manteve diante dele as exigências inflexíveis de Deus e o inflamou de amor
para com o homem e zelo para com Deus, para prosseguir, apesar dos
impedimentos, da dor e das dificuldades, para efetuar a redenção do mundo. O
Espírito Santo encheu-lhe a mente de ardor, zelo e amor persistentes, os
quais o conduziram a completar seu sacrifício. Seu espírito humano estava de
tal modo saturado e elevado pelo Espírito de Deus que vivia no eterno
e invisível, e pôde "suportar a cruz, desprezando a afronta"
(Heb. 12:2).
5. Ressurreição.
O Espírito Santo foi o agente vivificante na ressurreição
de Cristo. (Rom. 1:4; 8:11.) Alguns dias depois desse evento, Cristo
apareceu a seus discípulos, soprou sobre eles, e disse: "Recebei o
Espírito Santo" (João 20:22; vide Atos 1:2). Essas palavras não podem
significar o revestimento de poder pelo qual o Senhor, antes de sua
ascensão, lhes havia mandado que esperassem. Alguns eruditos crêem
que esse sopro foi meramente um símbolo daquilo que havia de
ocorrer cinqüenta dias depois, isto é, um lembrete do Pentecoste vindouro.
Outros crêem que algo de positivo foi concedido aos discípulos, nesse ato.
Uma comparação com Gên. 2:7 indica que o sopro divino simboliza um ato
criador. Mais tarde Cristo é descrito como um espírito vivificante,
ou o
que dá vida. (1 Cor. 15:45.) é de supor que nessa ocasião o Senhor da vida
fizesse conhecer a seus discípulos, por experiência, "o poder de sua
ressurreição"? Os onze discípulos seriam enviados ao mundo para
cumprirem uma nova missão; continuariam a obra de Cristo. Em si mesmos eram
incapazes para tal missão, assim como um corpo inanimado é incapaz de
efetuar as funções dum homem vivo. Dai inferimos a necessidade do ato simbólico
de dar a vida. Assim como a humanidade antiga recebeu o sopro do Senhor
Deus, assim também a nova humanidade recebeu o sopro do Senhor Jesus. Se
concedermos que nessa ocasião houve uma verdadeira concessão do Espírito,
devemos lembrar, porém, que não foi a Pessoa do Espírito Santo que foi
comunicada, mas a inspiração de sua Vida. O Dr. Westcott assim frisa a distinção
entre o Dom da Páscoa e o "Dom do Pentecoste": "O primeiro
corresponde ao poder da Ressurreição, e o outro ao poder da
Ascensão." Isto é, o primeiro é a graça vivificante; o outro é a
graça de dotação.
6. Ascensão.
Notem os seguintes três graus na concessão do Espírito a
Cristo:
1) Na sua concepção, o Espírito de Deus foi, desde esse
momento, o Espírito de Jesus, o poder vivificante e santificador, pelo
qual ingressou na sua carreira de Filho do homem e pelo qual viveu até
o fim.
2) Com o passar dos anos começou uma nova relação com
o Espírito. O Espírito de Deus veio a ser o Espírito de Cristo
no sentido de que descansava sobre ele para exercer seu
ministério messiânico.
3) Depois da ascensão, o Espírito veio a ser o Espírito de
Cristo no sentido de ser concedido a outros. O Espírito veio para habitar em
Cristo, não somente para suas próprias necessidades, mas também para que
ele o derramasse sobre todos os crentes. (Vide João 1:33 e note-se
especialmente a palavra "repousar".) Depois da ascensão o Senhor
Jesus exerceu a grande prerrogativa messiânica que lhe foi concedida —
enviar o Espírito sobre outros. (Atos 2:33; vide Apo. 5:6.) Portanto,
ele concede a bênção que ele mesmo recebeu e desfruta, e nos
faz co-participantes com ele mesmo. Assim é que não somente
lemos acerca do dom, mas também da "comunhão" do Espírito Santo,
isto é, participando em comum do privilégio e da bênção de ser o Espírito
de Deus concedido a nós, não somente comunhão dos crentes uns com os
outros mas também com Cristo; eles recebem a mesma unção que ele recebeu; é
como a unção preciosa sobre a cabeça de Arão, que desceu sobre a barba e até à
orla de seus vestidos. Todos os membros do corpo de Cristo, como reino de
sacerdotes, participam da unção do Espírito que mana da sua cabeça, nosso grande
Sumo Sacerdote que subiu aos céus.
Conclusão:
O Espirito opera nas nossas vidas assim como operou na vida de Jesus, no nosso caso: Nos gerando de novo, nos revestindo com poder para realizarmos a Obra de Deus, operando através de nós, nos conduzindo até o fim de nossa morada neste tabernáculo,e operando em nós a ressurreição. Aleluia!!!
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