O Método Místico
Poucas palavras têm sido usadas com maior amplitude de
significado do que o misticismo. Aqui, ele deve ser tomado num sentido
antitético para especulação.
Especulação é um processo do pensamento; misticismo é uma
questão do sentimento. A primeira presume que a faculdade racional é aquilo
pelo qual alcançamos o conhecimento da verdade. A outra, suspeitando totalmente o parcialmente
a razão, ensinando que se pode confiar exclusivamente ou conjuntamente nas emoções,
nas experiências pessoais, nas supostas manifestações, aparições etc. pelo
menos na esfera da religião.
Embora este método tenha sido devidamente expresso, propago, espalhado
e os sistemas teológico em muitos lugares tenham sido construídos sob sua
diretriz, os quais são ou inteiramente independentes das Escrituras ou neles as
doutrinas da Bíblia têm sido modificadas e pervertidas, não se deve negar que a
grande autoridade se deve A nossa natureza moral em questões de religião, de
nós já termos um caráter religioso mistificado.
Sempre há um grande mal na Igreja em que os homens ignoram um
discernimento lógico, por uma crença no misticismos religioso, fazendo-os
chegar a conclusões que não apenas são contrárias
A Escritura, mas que violentam nossa natureza moral, racional e lógica
O Misticismo como Aplicado à Teologia
O misticismo, em sua aplicação A teologia, tem assumido duas
formas principais, a supernatural e a natural.
De conformidade com a primeira, Deus, ou o Espírito de Deus,
mantém comunhão direta com a alma; e, pela excitação de seus sentimentos
religiosos, comunica-lhe intuições da verdade e capacita-a a atingir um tipo,
um grau e uma extensão de conhecimento inatingíveis de qualquer outra maneira.
Essa tem sido a teoria comum dos místicos cristãos em tempos antigos e
modernos. Se por isso se quisesse significar apenas que o Espírito de Deus, por
sua iluminação e influência, comunica aos crentes certo conhecimento das
verdades objetivamente reveladas nas Escrituras, o qual é peculiar, infalível e
salvífico, isso seria admitido por todos os cristãos evangélicos. E por tais
cristãos defenderem esse interior do Espírito, é que são às vezes chamados de
místicos por seus oponentes.
O método místico, em sua forma supernatural, presume que Deus,
por sua comunicação imediata com a alma, se revela através das emoções e por
meio ou na forma de intuições da divina verdade, independentemente do ensino externo
de sua Palavra; e é essa luz interior, e não as Escrituras, que devemos seguir.
De conformidade com a outra, ou a forma natural do método
místico, não é Deus, e, sim, a consciência religiosa natural dos homens, como
excitada e influenciada pelas circunstâncias individuais, que se torna a fonte
do conhecimento religioso.
Quanto mais profundos e mais puros são os sentimentos
religiosos, mais clara é a percepção da verdade. Essa iluminação ou intuição
religiosa é uma questão de grau. Mas, como todos os homens possuem uma natureza
religiosa, todos têm em maior ou menor intensidade a apreensão da verdade
religiosa. A consciência religiosa dos homens, em diferentes épocas e nações,
tem-se desenvolvido historicamente sob diversas influências, dai existirem
diversas formas de religião — a pagã.
A aparição de Cristo, sua vida, sua obra, suas palavras, sua
morte causaram maravilhoso efeito na mente humana. Seus sentimentos religiosos
foram muitos mais profundamente estimulados, purificados e elevados do que
antes se tinha visto. Dai os homens de sua geração, se entregaram totalmente à
sua influência, possuírem intuições da verdade religiosa da ordem mais elevada
que a humanidade já pôde atingir. Essa influência continua presente hoje. Todos
os cristãos são seus objetos. Todos, portanto, em proporção à pureza e elevação
espiritual e intelectual, e uma transformação em seus sentimentos religiosos,
possuem intuições das coisas divinas, tais como as que os Apóstolos e outros
cristãos desfrutaram, que é o entendimento das escrituras e as experiências decorrente
a ela.
A santidade perfeita deve assegurar o conhecimento perfeito.
Conseqüências
do Método Místico
Segue desta teoria:
(1)
Que não existem coisas tais como revelação e
inspiração, no significado teológico estabelecido desses termos. A revelação é
a apresentação ou comunicação objetiva supernatural da verdade A. mente, pelo
Espírito de Deus. Mas, segundo essa teoria, não há nem pode haver tal comunicação
da verdade. Os sentimentos religiosos são excitados providencialmente, e por
razão desse excitamento a mente percebe a verdade mais ou menos claramente, ou
mais ou menos imperfeitamente.
Inspiração, no sentido bíblico, é a diretriz supernatural do
Espírito, que torna seus objetos infalíveis na comunicação da verdade a outros.
Mas, segundo essa teoria, nenhuma pessoa é infalível como mestra. A revelação e
a inspiração são, em diferentes graus, comuns a todos os homens. E não há por
que não devam ser perfeitas em alguns crentes agora como nos dias dos Apóstolos.
(2)
A Bíblia ainda que eles não admitam não tem
autoridade infalível em questões de doutrina e manifestação do poder de Deus.
As proposições doutrinais nela contidas não são revelações dadas pelo Espírito.
São apenas as formas sob as quais os homens de cultura judaica deram expressão
a seus sentimentos e intuições. Os homens de cultura diferente, e sob outras
circunstâncias, teriam usado outras formas ou adotado outras afirmações
doutrinais. Eles não fazem uso de todas
as escrituras, mas um apanhado daquilo que se encaixa, ou confirmam os seus
sentimentos, as suas experiência pessoais.
(3)
O cristianismo, pois, não consiste num sistema de
doutrinas nem contém nenhum outro sistema. É uma vida, uma influência, um
estado subjetivo; ou, por qualquer outro termo que venha ele a ser expresso ou
explicado, não passa de uma força no interior de cada cristão individualmente,
a qual determina seus sentimentos e seus conceitos das coisas divinas.
Consequentemente, o dever de um cristão não
é interpretar a Escritura, saber o que ela diz, e sujeitar tudo em sua vida a
ela: sua consciência religiosa, seus sentimentos, suas experiências, seu
caráter, sua vida etc., mas interpretar sua própria consciência cristã;
averiguar e exibir quais verdades concernentes a Deus se aplicam a seus
sentimentos para com Deus; quais verdades concernentes a Cristo são envolvidas
em seus sentimentos para com Cristo; quais sentimentos ela ensina concernentes
ao pecado, à redenção, à vida eterna etc. etc.
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