Mais uma moda “gospel”. Chama-se “ato profético”. Consiste,
basicamente, em se fazer um ato simbólico do qual Deus se obriga a torná-lo
realidade, já que quem promove tais atos o faz declarando fazê-lo em nome de
Jesus.
Povos aborígines já faziam a mesma coisa desde a idade da pedra: tentavam controlar a ação dos deuses por meio de simbologias e representações acompanhadas de muitas orações e sacrifícios.
Mas isso é coisa do passado. Hoje somos muito mais evoluídos, esclarecidos e sábios. O que se fazia na idade da pedra era rituais de feitiçaria, fruto de mentes ignorantes e supersticiosas. Hoje tudo mudou! O que se faz nas igrejas dos tempos atuais são tentativas(ops! Tentativa não, porque foi declarado, já está decretado e consumado pela fé... suriandas) de mover as mãos de Deus por meio de atos proféticos e representações acompanhadas de muita oração e jejum.
Por que tocar shofar na igreja e em seus cultos? Qual a lógica
de se criar uma escola para ensino dessa prática? Somente há uma resposta, são
práticas estranhas ao Novo Testamento.
Eles afirmam que ao participar de um
ato profético e ouvir o toque do shofar sentiu que era chamado por Deus.
Em primeiro lugar ato profético não é encontrado no Novo
Testamento. Até hoje ninguém definiu teologicamente ato profético. Creio ser
uma interpretação ou modismo ou introdução de uma linguagem chula no meio
cristão. Se ato profético é fazer algo aqui na terra que será realizado no céu
é no mínimo uma coisa infantil, para não dizer desprovida de intelectualidade.
Pois bem, alguém ouvir outro tocar shofar e se sentir chamado são algo
puramente subjetivo, emocional e não pode ser base para nada. Antes de qualquer
coisa não existe chamado para se tocar shofar no Novo Testamento. Se o Novo
Testamento é o princípio regulador para o cristão então este chamado é igual a
nada. O senso que Deus falou conosco deve ser provado no crisol da Palavra, mas
como isso levaria a uma grande frustração por parte daqueles que se sentem
chamados, então se despreza a Palavra e firma-se nos sentimentos. Esse
comportamento é puramente uma manifestação de carnalidade e expressão da
pós-modernidade.
O pastor afirmou que nós sabemos, através de
textos bíblicos, que a igreja primitiva usava o shofar em batalha espiritual.
De qual Novo Testamento o pastor tirou tal afirmação? É uma
afirmação no mínimo desleixada ou feita a esmo que induz ao erro. Nunca li isso
no Novo Testamento. Possuo várias versões da Bíblia e nunca vi nada igual. Arma
de Batalha espiritual? Isso é acrescentar ao texto sagrado o que ele não
contém. As únicas armas que Paulo menciona no Novo Testamento estão em Ef.
6:13-20
2.
As
pessoas podem alegar sobre atos profético de toda forma no VT.
Alguém replicará dizendo que os profetas do Antigo Testamento
também realizavam atos simbólicos. E eu pergunto: quem eles simbolizavam? Nada
mais do que Cristo.
Enquanto os profetas anunciavam Jesus para que o mundo o
reconhecesse quando Ele viesse, os “atos proféticos” das igrejas nebulam a
imagem de quem Cristo realmente foi, para que ninguém o conheça como Ele é, mas
somente como esses falsos profetas desejam que Ele seja. Os verdadeiros atos
dos verdadeiros profetas bíblicos apontaram para o sofrimento e dor que Cristo
passaria por amor aos seus escolhidos. Os atos, ou feitiçaria, dos falsos
profetas de hoje apontam para as regalia$, mordomia$ e conquista$ materiai$ que
a ambição incita por amor a deus (Mamom).
Obs. A ceia do Senhor e o batismo nas águas, não são atos
proféticos, mas duas ordenanças em formas de simbolismos que anunciam a Cristo.
Muitas igrejas costumam ungir
com óleo os membros de sua igreja e os visitantes durante os cultos, além de
ungir os objetos usados nos cultos, ou uma benção recebida por Deus.
"A unção com
óleo era uma prática ordenada por Deus no Antigo Testamento para a consagração
de sacerdotes e dos reis, como foi o caso com Arão e seus filhos (Ex 28:41) e
Davi (1Sam 16:13). Portanto os rituais do Antigo Testamento eram
simbólicos e típicos e que foram abolidos em Cristo. Além do mais, o método
usado para consagrar pessoas a Deus no Novo Testamento para a realização de uma
tarefa é a imposição de mãos. Os apóstolos não ungiram os diáconos quando estes
foram nomeados e instalados, mas lhes impuseram as mãos (Atos 6.6). Pastores
também eram consagrados pela imposição de mãos e não pela unção com óleo (1Tim
4.14). Não há um único exemplo de pessoas sendo consagradas ou ordenadas para
os ofícios da Igreja cristã mediante unção com óleo.
Eles também argumentam que “Jesus mandou os apóstolos ungir
os doentes quando os mandou pregar o Evangelho. Eles ungiram os doentes e estes
ficaram curados (Mc 6.13).” Nisto você está correto. Mas note o seguinte:
(1) foi aos Doze que Jesus deu esta ordem; (2) eles ungiram somente os doentes;
(3) e quando ungiam, os enfermos eram curados
O último argumento foi que “Tiago mandou que os doentes
fossem ungidos com óleo em nome de Jesus (Tg 5.14).” Pois é, eu não teria
problemas se os pastores fizessem exatamente o que Tiago está dizendo. Note
nesta passagem os seguintes pontos.
- A
iniciativa é do doente: “Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo,
em nome do Senhor."
- Ele
chama “os presbíteros da igreja” e não somente o pastor.
- O
evento se dá na casa do doente e não na igreja.
- E o
foco da passagem de Tiago, é a oração da fé. É ela que levanta o doente,
“E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.15).
O misticismo é uma questão do sentimento. A primeira presume
que a faculdade racional é aquilo pelo qual alcançamos o conhecimento da
verdade. A outra, suspeitando totalmente o parcialmente a razão,
ensinando que se pode confiar exclusivamente ou conjuntamente nas emoções, nas
experiências pessoais, nas supostas manifestações, aparições etc. pelo menos na
esfera da religião.
O método místico, em sua forma supernatural, presume que Deus,
por sua comunicação imediata com a alma, se revela através das emoções e por
meio ou na forma de intuições da divina verdade, independentemente do ensino
externo de sua Palavra; e é essa luz interior, e não as Escrituras, que devemos
seguir.
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