O nome de Julio Cezar Costa foi confirmado pelo Tribunal de Justiça do Estado
VILMARA FERNANDES | vfernandes@redegazeta.com.br
O novo interventor da Igreja Cristã Maranata, indicado no final da tarde de ontem pela Justiça, é Julio Cezar Costa. O nome dele foi confirmado pelo Tribunal de Justiça do Estado. Além de pastor, Costa é coronel reformado – aposentado – da Polícia Militar. A decisão foi assinada pelo juiz Marcelo Menezes Loureiro, titular da Vara Central de Inquéritos Criminais de Vitória. Lá tramita a investigação que apura o desvio de recursos do dízimo doado pelos fiéis, um rombo que pode chegar a R$ 21 milhões.
No último dia 22, a Justiça decidiu promover uma intervenção judicial na Maranata. Um administrador judicial foi nomeado – Jerry Edwin Ricaldi Rocha –, mas recusou o convite, alegando problemas de saúde em família. Desde então, uma nova indicação estava sendo aguardada.
Vai ter dízimo, coronel? |
Julio Cezar Costa vai comandar a igreja com poderes administrativos e financeiros. Deverá prestar contas de seus atos, segundo a decisão, diretamente ao juiz. O mesmo documento destaca que ao administrador da Justiça está vedada somente a interferência nas atividades religiosas, que continuam sob o comando dos pastores.
O novo gestor assume no lugar de Elson Pedro dos Reis, que estava interinamente no cargo desde que o presidente anterior, Gedelti Victalino Gueiros, foi afastado por decisão judicial, em novembro passado.
Elson dos Reis também foi afastado do cargo em 12 de março, após ter sido preso, com outros três pastores: Itamar Carlos Pimenta Coelho, Amadeu Loureiro e Gedelti Gueiros. Eles foram acusados de coagir testemunhas, e todos foram libertados no último dia 22.
Segundo os promotores Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), testemunhas eram coagidas, pelos detidos, a mudarem depoimentos prestados à Justiça. O objetivo era impedir a apuração dos desvios supostamente praticados por membros da igreja.
Silêncio
Por nota, a assessoria de imprensa da Maranata informou ontem que não se pronunciaria sobre as decisões da Justiça. Em nota oficial publicada no último dia 13, a igreja afirmou que não tem a postura de atuar de forma ilícita, que fez investigação interna para apurar irregularidades cometidas contra a instituição e que jamais coagiu testemunhas ou ameaçou autoridades. O pastor e coronel reformado da PM Julio Cezar Costa informou também que não falaria sobre o assunto.
Entenda o caso
Acusados
O então vice-presidente da igreja, Antônio Angelo Pereira dos Santos, e o diácono e contador Leonardo Alvarenga foram apontados, pela Maranata, como os responsáveis pela corrupção. Eles foram afastados e processados
Mais envolvidos
Segundo apurações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPES, mais pastores estariam envolvidos – inclusive o então presidente, Gedelti Gueiros
Operações
No fim de 2012, o Gaeco e a PF fizeram busca, apreensão e sequestro de bens da igreja e de pastores. Também no final desse ano, Gedelti Gueiros foi afastado da função pela Justiça
Prisões
No último dia 12, quatro pastores foram presos acusados de coagir testemunhas, promotores e uma juíza para garantir mudança em depoimentos prestados sobre as fraudes. Teria havido até ameaça em UTI. Eles foram soltos dias depois
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