Por Erwin Lutzer
Paulo repreende os crentes coríntios: "Tolerais quem vos escravize, quem vos devore, quem vos detenha, quem se exalte, quem vos esbofeteie no rosto" (2 Co 11.20, ARA; grifos meus).
Imagine! Esses crentes estavam dispostos a ser maltratados pelos superapóstolos sem reclamar! Esses falsos mestres eram manipuladores, controlando e humilhando, e as pessoas crédulas os seguiam!
A natureza humana não mudou! Fico maravilhado com histórias que ouço de pessoas frequentando igrejas onde o pastor usa de autoridade para explorar o povo por meio de controle arrogante, comentários depreciativos e acusações. Em certos casos, o pastor ameaça os membros da igreja, chegando a ponto de amaldiçoá-los se deixarem a congregação. Ele exige lealdade absoluta, compromisso e obediência pessoal. As pessoas continuam frequentando, embora ele os "esbofeteie no rosto", como disse Paulo. Afinal de contas, o pastor afirma ser o servo especial de Deus.
Como os falsos profetas exercem tal controle?
Primeiramente, por isolamento. Eles rompem as relações dos congregantes com suas famílias, insistindo que devem prestar lealdade somente aos falsos mestres. Insistem que os membros apenas se comuniquem com eles; afinal, o profeta lhes dirá tudo o que precisam saber. Esta é a marca do falso culto.
Em segundo lugar, há intimidação. Se os falsos profetas conseguirem conhecer a personalidade do congregante, eles acham um ponto de fraqueza e o usam como alavanca para suborná-lo à sujeição. Certo falso mestre perguntou aos membros de seu pequeno grupo quais eram suas fantasias sexuais e depois usou esta informação contra eles. Há cerca de vinte anos, um falso profeta aqui na região de Chicago falou-me que se eu não me colocasse sob sua autoridade, ele já havia me visto "caindo". Isso pode ser intimidante se pensarmos que ele, na verdade, falava em nome de Deus.
Em terceiro lugar, há exploração. O falso mestre encontra meios de desenvolver relacionamentos com seus seguidores. Se for uma personalidade da mídia, ele garante um favor especial se os seguidores lhe escreverem. Ele promete respostas às orações; promete prosperidade; promete que Deus os recompensará com dinheiro. Esse enganador almeja dependência e confiança cultual. Assim, os falsos profetas podem depender da lealdade e sustento desse povo por muitos anos. Entrementes, os falsos profetas não se põem sob autoridade. Eles desafiam a autoridade dos pastores, ou escolhem integrantes da diretoria da igreja que sabem que não os farão prestar contas. E pelo fato de acreditarem que recebem ordens diretamente de Deus, quando são interrogados, replicam: "Quem é você para questionar o ungido do Senhor?" Se um milagre acontece em seu ministério, eles o desfilam na frente das multidões e, implicitamente, recebem o crédito como "operadores de milagres". Mas se alguém não é curado, é por culpa da pessoa que não teve fé o suficiente ou não deu bastante dinheiro. Ninguém jamais é chamado ao púlpito para testemunhar sua "não-cura".
Já notou que as multidões que vêm admirar os operadores de milagre são os pobres? Porque estas pessoas — Deus as abençoe! — raciocinam: Se eu puder ter tanta Jé quanto o meu líder, Deus me abençoará como o abençoou. Assim, se a hipoteca não for automaticamente paga, se não forem curados, é por culpa deles. Não admira que pessoas desiludidas com esses ministérios pensem que Deus as abandonou.
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