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A
Teologia Sistemática busca apresentar também o ser de Deus e os seus
Atributos. Lidar com este tema é fundamental para a vida da Igreja,
pois, existe um total desconhecimento de quem seja o Deus que se revela
na Igreja de Cristo.
5.1 – O Ser de Deus:
O Catecismo Maior de Westminster (1643-1648) na sua pergunta: Que é Deus? A resposta é a seguinte:
Deus é um espírito, em Si e por Si mesmo infinito em Seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; Todo-Suficiente, eterno, imutável, incompreensível, onipresente, Todo Poderoso, onisciente; sapientíssimo, justíssimo, misericordioso e cheio de graça, longânimo e pleno de verdade.[1]( Trindade. Capítulo 2, seção I)
Esta
definição teológica do Catecismo é uma verdade impar, pois, reflete o
que as Igrejas herdeiras da Reforma sempre tem acreditado sobre o ser de
Deus. A Confissão de Fé de Westminster nos apresenta a mesma tônica:
Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juizos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.[2]
5.1.1 – Deus é Suficiente em si mesmo.
A
Confissão de Fé nos mostra com base na Bíblia que Deus é em si mesmo
suficiente; o que isto quer dizer? Isto significa que Deus não é
dependente da nada ao seu redor para continuar existindo.
Deus tem em si mesmo toda:
a) Vida: ele é si mesmo e de si mesmo toda a vida (João 5.26)
b) Glória: Deus tem toda a glória em si mesmo. Ele é o Deus exaltado em si mesmo (Atos 7.2)
c) bondade: A Teologia Reformada diz que Deus é o supremo bem que homem deve ter. Isso quer dizer que para nós Deus é infinitamente bom (Salmos 119.68).
Isto
implica dizer que Deus não precisa de nada ou de ninguém para continuar
existindo como Deus. Sua glória não é derivada de alguma coisa que
criou. A confissão de Fé diz exatamente isso “Ele é todo suficiente em
si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência,
não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória
nelas, por elas, para elas e sobre elas”. É nosso propósito viver para a
Glória de Deus sem acrescentar nada a esta Glória.
5.1.2 – Deus é o Fundamento de toda a Criação.
Os
teólogos de Westminster, juntamente com a Bíblia, declaram que Deus é a
razão de existência de tudo o que foi criado. Os teólogos puritanos
afirmam isso de forma bem arrojada e segura: “Ele é a única origem de
todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas
tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas
tudo quanto quiser.”
A confissão diz que Deus é “a única origem de todo o ser”, então, entendemos que:
a. Deus é a fonte da existência: Isto significa que para nós o mundo não é o resultado de uma explosão (Big-Bang) e nem é o processo de uma geração espontânea (evolucionismo / darwianismo), mas que esta criação tem um único autor que o nosso Deus Trino (Atos 17.24-25)
b. Deus é a única origem indicando que ele é o Soberano sobre a criação: Todas as coisas que existem são dele, por ele e para ele, esta é a linguagem bíblica para descrever a soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas que ele criou – ele tem o “soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser” o conceito de soberania é ressaltado aqui porque Deus deve ser visto como o governante deste mundo (Rom. 11:36; Apoc. 4:11).
5.2 – Os Atributos de Deus:
Deus se
revela por meio de seus atributos, alguns preferem o termo qualidades ou
perfeições de Deus, todavia, continuaremos usando o termo usual da
Teologia Sistemática – os Atributos de Deus. Os atributos de Deus são
classificados em duas categorias: Atributos Incomunicáveis e Atributos
Comunicáveis.
5.2.1 – Os Atributos Incomunicáveis:
Definição:
Podemos dizer que são os atributos que Deus não comunica ao homem,
pois, estes atributos encontram-se somente em Deus.
A
unidade de Deus: Antes de considerarmos apropriadamente este assunto, se
faz necessário considerar a unidade Deus. Nós presbiterianos
acreditamos que há um só Deus, e este é “Vivo e Verdadeiro”.
O texto
de Deuteronômio 6.4 nos mostra essa realidade. O termo “único” ocorre no
texto para apontar uma “Unidade” não Absoluta, mas para uma “Unidade
composta”, ou seja, Deus é um, mas nele há certa pluralidade que o judeu
não podia explicar. Este é o indicio da doutrina da Trindade que
consideraremos depois.
a) Deus é Infinito em Perfeição:
Deus tem
sido caracterizado na Bíblia como um ser infinito. Em profunda
perfeição a infinitude de Deus descreve que ele não tem fim, sempre
continuará existindo, isto descreve que ele é isento de qualquer
limitação, descreve que ele está ausente de qualquer erro em seu ser, e
assim, descreve sua perfeição. Veja-se Jó 11.7-10; Salmos 145.3;
Mt.5.48.
b) Deus é Imutável:
Outro
atributo de Deus que é incomunicável ao homem é chamado de
imutabilidade, a imutabilidade de Deus significa que Ele é sempre o
mesmo em Seu ser, Ele não muda em sua natureza ontológica. O texto de
Tiago. 1.17 nos informa isso. Três coisas podem ser analisadas aqui:
(1) Tudo o que é bom vem de Deus.(2) Que de Deus as trevas não vem.
(3) Que Deus não pode mudar.
c) Deus é Eterno:
A sua
eternidade não pode ser enumerada, somente ele é o ETERNO POR
MAGNIFICIENCIA. A eternidade de nossa alma está ligada à criação de
Deus. O SENHOR criou o homem para ser eterno, mas a eternidade de Deus é
dEle somente.
d) Onipotência:
Creio
“em Deus Pai, Todo-Poderoso” esta é a confissão da igreja. O atributo de
onipotência cabe somente em Deus que criou o mundo e tudo o que nele
existe; ter todo poder significa que Deus pode fazer tudo o que lhe
apraz para glorificar o seu próprio nome. Jó 37.23.
e) Onisciente:
Deus
conhece todas as coisas em sua totalidade, esse conhecimento não é
adquirido, mas é inato em seu ser, Deus não aprende as coisas como
acontece conosco, mas ele sabe tudo – alguns chamam isso de conhecimento
exaustivo e simultâneo de Deus. Dentro deste atributo podemos incluir a
presciência que é fruto deste conhecimento exaustivo de Deus. Romanos
11.34 e 1 Pedro 1.1-2.
f) Onipresença:
O
Criador está em todos os lugares e não está limitado a estes lugares. É
isto que quer dizer “Onipresença”. Dentro deste atributo encontramos
apoio para duas verdades teológicas que são: 1) que Deus é Imanente –
está na Criação, mas não é a Criação; 2) que Deus é transcendente – que
está ausente na Criação, mas não abandona a Criação e não se funde ou
confunde-se com ela. (Salmos 139.7-10).
_________________
Notas:
[1]
VOS, Johannes Geerhardus. Catecismo Maior de Westminster Comentado.
Tradutor: Marcos Vasconcelos. São Paulo: Os Puritanos, 2007, p. 49.
[2]
WESTMINSTER, Confissão de Fé. De Deus e da Santíssima Trindade.
Capítulo 2, seção I in: IN: Símbolos de Fé. São Paulo: Cultura Cristã,
2005, p. 27.
Fonte: Presbiterianos Calvinistas
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